livros do renascimentoFoi um período de mudanças culturais que aconteceram entre o século XIII e o século XVII. Foi o primeiro movimento cultural motivado pela burguesia e teve seu início na Europa, na região de Florença, na Itália e, posteriormente, passou por Alemanha, Inglaterra e Países Baixos.

É também chamado de Maneirismo, que seria o renascimento em todos os países, fora a Itália. Apesar de ter grande importância nas áreas de música, literatura e no campo das artes em geral, o período estava ligado a outras áreas como a expansão marítima ou o absolutismo político e a reforma religiosa.

O Renascimento foi o movimento que sucedeu o que costuma se chamar de “idade das trevas”. Esse era o período da Idade Média que, por dominância da igreja, várias áreas científicas foram proibidas de serem pesquisadas. Depois dessa época, o Renascimento se propôs a ser um movimento, na teoria, laico (sem ligação com uma entidade religiosa exclusivamente), mas na prática acabou sendo mais influenciada pela igreja católica do que qualquer outra.

Sua essência era o humanismo (dar mais importância à figura humana que a qualquer outra) além de outros valores tipicamente burgueses, como o: otimismo, individualismo, hedonismo, antropocentrismo e racionalismo. Era racional e prezava a lógica e a valorização dos clássicos. Resgatou vários princípios clássicos como as características da arte grega.

Especialmente na Itália, berço da Renascimento, houve uma movimento de pessoas que decidiam patrocinar artistas. Pesquisadores iam em busca de autopromoção e também em busca de uma boa resposta cultural e financeira.

Renascimento Cultural e Artístico

Fases do Renascimento: Ao longo do movimento cultural, distinguiram-se três fases: o Trecento (XIV), o Quatrocento (XV) e o Cinquecento (XVI).

Trecento

O Trecento, é uma fase considerada como uma “preparação” para o Renascimento e é, quase que totalmente, um movimento italiano. Houve um destaque nas artes plásticas pelo surgimento de Giotto, pintor que marcou época por retratar as pinturas com uma clara linha de importância entre os personagens (sempre mostrava Cristo maior que os outros personagens no quadro, anjos maiores que humanos e assim por diante) e também por mostrar os personagens bíblicos com traços humanos, aproximando os “celestes” dos fieis.

Houve o crescimento da ideia de que o mundo deveria ser apreciado pelos seus habitantes, que a salvação viria também por boas obras. Começou a buscar explicações científicas para fenômenos naturais. Na economia, os comércios estavam com mais aspectos capitalistas e a tradição costumava ser deixada de lado, em busca de mais riquezas, o que se pode chamar de materialismo. Nas letras, se destacaram Petrarca e Giovanni Boccaccio.

Quatrocento

homem vitruvianoO Quatrocento foi o ápice do Renascimento. Grandes obras de arte foram feitas nesse período, como “Nascimento de Vênus” e “A expulsão de Adão e Eva do paraíso” e a mais famosa ' “Gioconda” ou Monalisa. Artistas como Masaccio, Sandro Bottecelli e Leonardo da Vinci, apesar deste último vivenciar a transição do Quatrocento para o Cinquecento, tiveram grande destaque no período. Bottecelli conseguiu leveza e religião, da igreja tradicional e também a pagã, juntas nos mesmos trabalhos de forma inovadora. Leonardo da Vinci teve grandes avanços em todas as áreas em que pesquisava. Pintou “Monalisa” fez protótipos de vários equipamentos atuais, como o submarino além de ser grande pesquisador da anatomia humana, estudando e fazendo anotações de diversos mecanismos do corpo humano, até aquela época, desconhecidos.

Nessa fase do Renascimento, houve grande interesse pelas obras gregas clássicas. Autores como Aristóteles, Euclides, Platão e Ptolomeu eram amplamente buscados. Foi nesse período que nasceu a imprensa com a prensa de Gutenberg, barateando a distribuição em larga escala de obras escritas. A cidade de Florença se configurava como pólo industrial da época.

A fase de transição do Quatrocento para o Cinquecento foi chamada de “Alta Renascença”. Foi um período importante por compreender eventos de importância mundial como a descoberta da América, a vinda da imprensa através da prensa de Gutenberg e a chegada a reforma religiosa. Na parte da arte, a Alta Renascença foi marcada pelas obras de Da Vinci e a noção de igualdade de importância entre artesãos e cientistas. Outros nomes de destaque foram Michelangelo (como na escultura David) e Rafael (como em seu quadro Madonna).

Cinquecento

Já no período seguinte, o Cinquecento, houve o surgimento de uma obra que seria apreciada ate os nossos dias: “O Príncipe” de Nicolau Maquiavel. A obra, que tinha ideias absolutistas e defendia um estado sem intervenção da igreja, lançou a famosa frase: "os fins justificam os meios” (referência ao fato de que é lícito fazer coisas, relativamente, condenáveis se a intenção é boa).

Nas artes, o nome de destaque foi Rafael Sanzio. Apesar de ter morrido com apenas 37 anos, o artista teve grandes trabalhos (como o retrato dos Papas Júlio II e Leão X) que o fizeram ter prestígio na comunidade artística da época.

Nessa época, Roma tomou o lugar de Florença e se tornou o polo industrial, econômico e artístico. No entanto, em 1527, houve o saque de Roma e o início da atuação dos protestantes contra o papa, em toda a Itália. A decadência do Renascimento italiano se deu por diversos fatores e uma delas foi que a descoberta da América que fez com que grande parte do mercado econômico voltasse suas atenções para lá, tirando grande quantidade de riquezas do velho continente. Além do mais, o movimento da contrarreforma teve grande força na Europa e se contrapunha aos preceitos renascentistas.

Renascimento Científico

Na área científica, o Renascimento foi importante por tirar o monopólio de conhecimento da igreja. Ao contrário de antes, agora as pesquisas eram a forma que eles tentavam encontrar uma resposta. Foi uma fase de grandes avanços científicos como a descoberta do modelo heliocêntrico (que os astros e planetas giravam ao redor do Sol).

Os renascentistas se preocuparam com o estudo da natureza, assim valorizando mais a razão do que a fé. Eles estudavam os conhecimentos como a física, a mecânica, as artes, etc. E procuravam refletir filosoficamente com relação a isso. Os estudos da natureza e da medicina que mais ganharam destaque foram realizados na Escola de Pádua, localizada na Península Itálica. Foi nessa escola que Galileu Galilei e Nicolau Copérnico estudaram.

Copérnico, em 1543, criou a tese de que o sol era o centro do Universo e não a Terra, que era o que se acreditava. Segundo ele, a Terra e os outros planetas giravam ao redor do sol. Galileu examinou ou estudos de Copérnico cuidadosamente, e realizou observações sobre o sistema proposto. Ele constatou que era verdade, e por esse motivo, foi ameaçado de morte pela inquisição se continuasse apoiando essa teoria. Assim, para se salvar, ele negou toda teoria que acreditava.

Na medicina, Willian Harvey chegou ao entendimento da circulação sanguínea por meio de veias e artérias e Ambroise Paré fez uso da ligação entre artérias (laqueadura) em lugar da tradicional cauterização para conter hemorragias.

Outro renascentista que contribuiu muito foi Leonardo da Vinci que focou seus estudos sobre o corpo humano, fazendo dissecação de cadáveres para compreender o funcionamento da anatomia humana. Ele era arquiteto, escultor, pintor, músico, engenheiro, poeta e matemático. Da Vinci, iniciou seus estudos em 1469, na cidade de Florença, na Itália. Primeiro, ele se especializou nas técnicas de pintura e desenho. Depois escultura, criando modelos e projetos urbanísticos. Sem dúvida, Leonardo da Vinci foi um dos principais gênios desse período.

Outros avanços foram feitos e, apesar, da contrarreforma ter voltado combatendo esses preceitos científicos, o conhecimento distribuído fez com que mais e mais pesquisadores estivessem em busca de respostas para perguntas que antes não eram compreendidas.