A Revolução Comercial foi um movimento de transição de modo econômico das grandes potências, ocorridas na Idade Moderna. A transição ocorrida foi do modelo econômico feudalista para o capitalista. Essa alteração no modo como se faziam os negócios afetou as grandes potências da época, Espanha, Portugal, Inglaterra. Uma das primeiras grandes mudanças ocorridas nesse movimento foi o início da aplicação de moedas para a compra e venda de mercadorias.
Esse movimento se deu pelas crises econômicas que o mundo começou a passar em decorrência das falhas do feudalismo. Os comerciantes, por exemplo, tinham de pagar uma taxa para os senhores feudais para que pudessem comercializar dentro de suas terras. Consequentemente, os produtos chegavam mais caros a uma população que não era abastada nem bem paga aos senhores feudais. Além disso, a Europa passava pela “Guerra dos cem anos”, que deixou muitos países (vencedores e derrotados) em situações bastante complicadas em relação a produtos para manter suas populações.
Devastados pela guerra, que consumiu quase todos os recursos da maioria europeia, o comércio e a população estavam sem um futuro determinado.
Buscaram-se, então, soluções para superar essas crises. A primeira atitude foi providenciar a expansão marítima, a busca de novos mercados para satisfazer o mercado interno e para buscar novos recursos. O ouro, a prata, e outras especiarias que estavam em falta na Europa, foram achados nos novos continentes. A descoberta do continente africano e americano deu possibilidade de explorar recursos novos. O próprio caso brasileiro é um exemplo claro. A exploração de recursos brasileiros pelos portugueses seguiu o exemplo de grande parte dos países colonizadores da época.
As grandes navegações foram um marco para os tempos modernos. Essas viagens exploratórias serviram para a expansão do mundo e a busca por mares e povos desconhecidos.
As navegações e os descobrimentos marítimos iniciaram no século XV e os principais desbravadores foram os portugueses e os espanhóis que marcaram o renascimento do comércio na Europa. A partir daí, o modelo econômico conhecido como capitalismo começou a criar raízes, já que a burguesia estava em busca de crescimento econômico e financeiro.
Além das novas descobertas, a intenção era a busca por novas especiarias, matérias primas, novos produtos, metais preciosos e rotas de comercialização, pois a maioria dos produtos revendidos eram caros e provenientes dos comerciantes de Veneza e Gênova que detinham a mercadoria.
A igreja católica também estava em busca dessas descobertas e por isso foram eles que financiaram grande parte das viagens. Até mesmo porque, com o crescimento do comércio, a população teria maiores condições de pagar seus impostos.
Apesar dessas intenções, viajar em mares desconhecidos poderia ser perigoso. Muitos imaginavam que haveria monstros gigantes, seres temidos e tinha receio da Terra ser plana: se uma caravela fosse até o fim, poderia cair num grande abismo. Por isso, era preciso planejamento. Os europeus procuravam guiar-se por meio dos astros, com a balestilha e o astrolábio e utilizavam a bússola dentro de uma caravela, que eram transportes marítimos resistentes e rápidos. A tripulação, geralmente, era formada por soldados, marinheiros, médicos, escrivão, padres e ajudantes.
O país que saiu na frente rumo às navegações foi Portugal que tinha um conhecimento amplo na área, e cada vez mais estavam evoluindo através da criação da Escola de Sagres, um centro de estudos náuticos que formava pilotos, astrônomos e cartógrafos e na produção de embarcações de alta qualidade. Além disso, parte do projeto foi financiado pela nobreza e a burguesia visando o lucro.
Fatos importantes que ocorreram nessas viagens ocorreu em 1498, quando Vasco da Gama vai às Índias. Ele chegou ao continente africano em Calicute e tem o privilégio de comprar as especiarias do oriente diretamente e não pelos comerciantes italianos. Isso gerou muitos lucros para a coroa. Outro fato, ocorreu em abril de 1500, quando Pedro Álvares Cabral chegou ao litoral e encontrou os índios brasileiros. Devido a esses acontecimentos, Portugal transformou-se na potência econômica deste período.
Já os espanhóis, que iniciaram as navegações bem mais tarde, procuraram outros caminhos para explorar. Cristovão Colombo, em 1492, chegou a um novo continente, aportando do dia 12 de outubro, nas ilhas da América Central, apesar de desconhecer a existência da América. Somente com a viagem de Américo Vespúcio, houve a identificação dessas terras, e logo eles entraram em contato com os índios americanos.
Para mostrar que havia descoberto o novo mundo, Portugal, em 1494, assinou com a Espanha o Tratado de Tordesilhas, um documento que dividia o mundo em duas partes através de uma linha imaginária que passava 370 léguas do Cabo Verde. Na parte leste da linha marcada, as terras deveriam pertencer à Portugal, parte que incluía o Brasil; e a parte oeste da linha, as terras seriam da Espanha.
Outros países nas navegações
Países como a França, a Holanda e a Inglaterra começaram as navegações bem mais tarde do que Portugal e Espanha.
Com a descoberta e a política de exploração das colônias, houve um consenso geral de que exportar menos e importar mais seria o modo mais vantajoso de se acumular riquezas e fazer a manutenção de sua nação. Foi a chamada balança comercial: fazer com que se venda mais produtos do que se compra traz uma balança comercial favorável (valor positivo). Além disso, reforçou a ideia de acumulação de riquezas, metais preciosos e recursos valiosos. A essas práticas, tanto da balança comercial como a de acumular recursos valiosos, foram conjuntos de uma “teoria" chamada mercantilista.
Conforme a forma como se firmaram as economias no passado, naturalmente o mundo cairia no modelo econômico que chegamos atualmente, o capitalismo, com o início da Revolução Industrial. Esse modelo se baseia na propriedade privada e no lucro. Além disso, compreende práticas de pagamento salarial às pessoas que vendessem sua força de trabalho (mão de obra) e a acumulação de capital. O termo vem da palavra capital, o chamado dinheiro investido em empresas ou qualquer forma de negócio que visa o lucro.