O iluminismo foi um movimento contrário ao absolutismo e as outras práticas da época que surgiram na Inglaterra, na França e na Holanda durante da Idade Moderna. Seu objetivo era substituir a visão teocêntrica da Europa que foi espalhada na Idade Média por uma visão mais racional.
A ideia dos pensadores iluministas era iluminar as trevas em que a sociedade vivia, cercada de mistérios e crenças religiosas. Essa nova visão trazia uma liberdade tanto na área política, quanto na econômica. Segundo eles, o homem foi impedido de evoluir e através do iluminismo ele poderia ser impulsionado a investigar cientificamente e buscar respostas sobre perguntas que antes somente eram respondidas por meio da fé.
No caso do Iluminismo, o princípio da Idade Média ser contrariada era o de que as coisas aconteciam pura e simplesmente pela vontade divina. O Iluminismo tinha tendências lógicas, logo, buscavam uma explicação científica para todo fenômeno percebido. Além disso, seus pensadores atuaram nas mais diversas áreas científicas: economia, filosofia, sociologia, física e etc.
O iluminismo tornou-se intenso nesses países, ainda mais na França e atingiu o seu apogeu no século XVIII, sendo chamado de Século das Luzes. Essas ideias trouxeram seguidores e foram as principais motivações para o surgimento da Revolução Francesa, cujo lema era liberdade, igualdade e fraternidade.
Esse movimento também inspirou a Inconfidência Mineira no Brasil e a Independência das Colônias Inglesas na América do Norte.
Os iluministas acreditavam que o homem era bom e Deus estava dentro dele e na natureza, sendo que o homem poderia encontrá-lo por meio da razão, vivendo uma vida reta e piedosa. Assim, eles rejeitavam algumas práticas do século como:
A burguesia era a maior interessada nesse movimento social, pois eles teriam mais liberdade para ampliar seus negócios. O iluminismo trouxe crescimento e também com a Revolução Industrial mudaram significativamente a política.
René Descartes e Isaac Newton foram os nomes que deram maior impulso na fase inicial do iluminismo. Os pensadores que se destacaram e iniciaram as ideias sobre o iluminismo foram:
Foi um matemático, da França, que acreditava que era preciso duvidar de tudo para que se pudesse chegar a verdade, até mesmo das coisas que aparentam ser verdade. Descartes defendia o uso da razão e da racionalidade para responder aos fenômenos que eram atribuídos à vontade divina. Foi também o criador do método cartesiano, que era uma forma de análise, baseada na perspectiva de duvidar de qualquer coisa que fosse passível de dúvida. O próprio Descartes se preocupou em provar sua existência. Dessa dúvida nasceu outra frase imortalizada de Descartes: “Penso Logo Existo”.
Filósofo francês que criou um método experimental que mostrava a importância da experimentação e observação para a evolução do conhecimento.
Foi um matemático, astrônomo, físico e filósofo inglês que identificou a lei da gravidade. Isaac Newton foi o responsável pela famosa força gravitacional. Newton, que era astrônomo e filósofo, fez descobertas, além dos estudos da força gravitacional, na área da óptica. Foi o responsável por mostrar que a luz branca é composta de várias cores. Também foi o criador de três leis fundamentais da física: a três leis de Newton.
Foi um político e filósofo inglês que acreditava que o ser humano não nascia com ideias preconcebidas e as ideias surgiam através dos sentidos humanos e não de divindades.
Desses personagens em diante, a preocupação era espelhar o conhecimento a todos os seres humanos. Foi nesse período que se teve a ideia de reunir todo conhecimento humano, num projeto que se chamou de enciclopédia. Muitos pensadores apresentaram forte discordância do modelo mercantilista que se encontrava a sociedade europeia.
Outros pensadores iluministas divididos entre filósofos e economistas também deram grande contribuição para essa nova visão introduzida. Os economistas procuravam escolher a melhor forma para o aumento das riquezas das nações, isso deu origem ao liberalismo econômico, de Adam Smith e a doutrina fisiocrata. Já os filósofos se ocupavam de formular respostas para questionamentos sobre a política. Assim, podemos citar:
Suas ideias levavam a crer que deveria haver um equilíbrio entre a liberdade do cidadão e a autoridade do poder, criando a separação dos poderes em executivo, legislativo e judiciário. Ele dizia que as leis não deveriam ser criadas para atender os caprichos do rei, mas para atender as necessidades reais daquele local e que caberia ao legislador descobrir qual a melhor lei a ser aplicada de acordo com determinado tipo de governo.
Defensor da liberdade individual, ele era contra as privilégios dos nobres e da igreja, sendo obrigado a ir para o exílio na Inglaterra. Ele disseminou as ideias iluministas do inglês Locke e reagiu contra a igreja com todos os argumentos que podia. Ele ajudou a criar uma enciclopédia e suas ideias foram espalhadas por seus adeptos por toda Europa. Ele foi um filósofo que teve vários pensamentos lembrados mesmo muito depois do Renascimento. Por exemplo, a sua defesa à liberdade de expressão em que ele diz “não concordo com nenhuma palavra que dizes, mas defenderei até a morte o seu direto de dizê-lo”. Sua vontade era que o governo seguisse a ideologia e os pensamentos dos filósofos, além de ser contra a interferência da igreja no estado.
Acreditava que os homens eram naturalmente bons, mas o que os corrompia era a sociedade. Para ele, essa sociedade deveria ser mudada. Na política deveria haver mais justiça, soberania do povo e igualdade, como destacado no seu texto 'O Contrato Social'. O que prevalecia era a vontade do povo ou “vontade geral” (uma teoria do filósofo que influenciou vários líderes) e não a de um rei, pois todos deveriam ter direitos iguais. Essa seria a forma de manter a propriedade privada. O soberano seria apenas o representante daquele povo e portanto o executor da lei.
Com o auxílio de Jean Le Rond d'Alembert e outros pensadores, Denis organizou uma enciclopédia clandestina, cujo governo proibia a divulgação. Foi uma das mais famosas obras do século e era um item indispensável na leitura dos homens cultos da época.
Outros avanços do Iluminismo
Na ciência, as ideias iluministas se espalhavam e juntamente com isso houveram grandes descobertas como os espermatozóides e a forma em que agiam dentro do corpo, como funcionava a circulação sanguínea, a existência da pressão atmosférica, a descrição do relevo da lua e a órbita dos planeta. Isaac Newton consegue descrever o funcionamento do universo criando a Lei da Gravitação Universal.
Era um período que havia a ampla divulgação de livros, já que os pensadores precisavam espalhar as suas ideias, além disso, queriam mostrar que a verdade não estava apenas na igreja, mas as pessoas podiam ser livres para expor sua opinião, pensamentos e emoções. Muitos livros foram banidos pelo governo e divulgados clandestinamente.
Além disso, o homem da Idade Moderna era um escritor de cartas e elas eram totalmente preparadas para posterior publicação. Só Voltaire escreveu mais de 50 mil cartas e foi numa dessas correspondências que ele conta a vitória do partido das luzes em oposição aos partido dos supersticiosos.
É importante destacar que as cartas enviadas pelos Comitês de Correspondência, que eram espalhadas pelas Treze Colônias Inglesas localizadas no continente americano, espalhavam as ideias iluministas. Essas cartas, ao que tudo indica, simbolizaram um dos principais motivadores para a Revolução Americana de 1776. Essa revolução, foi a Guerra de Independência dos Estados Unidos que começou com o Tratado de Paris e finalizou com a Guerra dos Sete Anos.
Com a pressão proveniente das ideias iluministas, os governantes do período procuraram implantá-las na sua forma de governar juntamente com o absolutismo. Esse regime foi chamado de despotismo esclarecido, no século XVIII.
Assim, de acordo com os iluministas, o rei que utilizasse esses princípios poderia fazer seu estado evoluir, trazendo equilíbrio e liberdade religiosa, além de educação ao povo e abolindo a escravidão. Mas, os filósofos descobriram que esses reis só utilizavam esse título para serem tirânicos e se beneficiarem da situação.
Nessa forma de governo, os reis iniciaram várias mudanças com ideias iluministas como a modernização do estado, a criação e disseminação das instituições de ensino, o desenvolvimento da economia, etc. Apesar dessa tendência ter sido difundida, ela se manifestou de forma diferente em alguns governos. Na França, por exemplo, o rei queria se sobressair e era irredutível às manifestações populares, fazendo com que viesse a tona a Revolução Francesa.
Um dos governos que se destacou nesse regime foi o do rei Frederico II da Prússia, seguidor de Voltaire, que implantou o ensino básico para a população, utilizando os jesuítas como professores, mesmo eles tendo sido expulsos de alguns países por causa de suas relações com o papa. Além dele, houveram também os monarcas Dom José II, em Portugal, Carlos III, na Espanha e Catarina II, na Rússia.